Mentira! Quando choro pra valer derramo até minha alma quando as lágrimas já faltam. Se você me vê, engulo o choro. Disfarço. Desfaço dessa postura frágil que agora me toma. Não é por nada além de querer ser forte. Além de precisar ser. E sou. Mas, não resisto se diante de tudo você me estende os braços - me entrego - me oferecendo sossego. Preciso. Precisei. Hoje? Não mais.
"Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz"
Sou resistente a tudo que possa vir a me ferir. Quando me machuco levo cicatrizes, por muito tempo, feita de lembranças boas porque as ruins eu simplesmente apago. Esqueço das mágoas, das lágrimas, das dores. E tudo passa ser culpa minha. Exclusivamente. Se chegou aonde paramos foi por minha intensa vontade, pelo que abdiquei, pelas perguntas e questionamentos que deixei de fazer. Não pelo amor que sentia, mas pela vontade de que desse certo. Tudo mentira. Eu não fiz tudo sozinha. Os ganhos nunca foram no individual. Assim como as perdas. As cicatrizes ficam, e ficarão. Preciso sim, ignorá-las.
"Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais"
Faço tudo que posso, mas nem sempre tudo que posso é o bastante. Então é hora de deixar. E é hora de partir. Mesmo que as cicatrizes por vezes doam, eu parto. Eu perco a chaves. Esqueço caminhos, nomes e números. Para ter a certeza que nada me levará a destinos que eu decidi apagar. Pra mim não vale olhar mais pra realidades infundadas. Sonhos intocáveis que por tempos foram minhas únicas realidades. Não vale reviver minha fraqueza. A derrota da razão. Fui infiel a essa que sempre me conduziu. Eu falhei e foi pra valer.