quinta-feira, 28 de julho de 2011

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Palhaçada? Com certeza.
Que o tempo mate o amor e meu coração, que apague as lembranças da memória e por último, não menos importante, que me faz indiferente. Que sua existência tenha tanta importância quanto minhas lágrimas tem pra você agora.
Vou fazer dar certo, de um jeito ou de outro.
Fim.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Pensando bem

Às vezes sinto… sinto uma saudade irracional de você. Com gosto amargo de voltar a trás, de fazer diferente, de fazer dar certo. Como se todos o erros, todas as mancadas fossem responsabilidades minhas. Mas, não é, eu sei e você sabe. E na hora da saudade penso poderia ir atrás, me fazer presente, me jogar como não me permiti anteriormente. Depois da raiva, da revolta, da ira de ter me enganado, de descobri que nada era realmente o que aparentava ser, da certeza que nada mais será igual, depois de tudo isso o coração se apaziguá e torna-ase afável, de novo, sinto falta daquela sensação gostosa que começava no estômago, como bolhas de champagne e acabava no peito. E eu então me lembro que não é assim. Convenço-me que as decisões já foram tomadas e renuncio qualquer intenção insana de fazer diferente. Que trocar saudades por angustia e ansiedade é loucura, mas isso não diminui a saudades. Distraiu-me tentando abafar, sufocar, matar esse sentimento. Ocupo-me até a exaustão, viajo, escrevo, trabalho, bebo. Mas, não importa meus esforços sempre existirá aquela uma hora antes do sono ou entre ele, que tudo fica complexo, difícil de engolir, digerir, pois mesmo sabendo pelo o que eu passei, e posso dizer que só eu quem sei, as boas lembranças são insistentes. Elas fazem questão de se apresentar, serem revividas na memória, mas a partida é um acontecimento por etapas. E sendo assim, já passei pelas fases mais criticas, já chorei criança, já fiquei aflita, já jurei ódio eterno, a da saudade não vai me fazer de tola. Não vai me fazer ter recaídas. Eu renuncio esse ‘direito’. Mas, não tem sido fácil me convencer todas as noites que é para meu bem, que não estou me afastando do amor, mas sim do que não me faz bem, do que me atrasa, me segura. E eu repito até que o sono chegue: que você é passado, que não vai voltar e que o que ainda sinto vai passar. Vai passar, eu sei, você sabe. Não sei quando, não sei como só posso esperar que seja logo e nesse momento eu possa dizer que já me sinto feliz de novo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A saudades que mais dói

Trancar o dedo numa porta dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica. Mas, o que mais dói é saudade.

Saudade da casa onde vivemos. Saudade de uma amiga da infância. Saudade de um cheiro. Saudade dos avós que moram longe. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando eu tinha mais disposição e menos responsabilidades. Essas saudades doem. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro, da voz, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar aqui e ele lá, sem se verem, mas sabiam que estavam lá. Você podia ir pra faculdade e ele trabalhar, mas sabiam onde estavam. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabia que a noite chegará logo e estariam lá. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua surfando. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ele foi na consulta que marcou. Não saber se ele tem almoçado no mc, se ela tem assistido as aulas, se ainda entrar na Internet, se ele dormindo tanto, se ele continua preferindo coca cola, se ele continua sorrindo, se ele continua sendo insuportável, se ele continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ele está feliz, se ele está mais magro, se ele já não pensa mais. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Você não é mais minha pessoa favorita

Se é que algum dia foi. Não me lembro de um tempo na história de nós dois que eu pudesse dizer, sem sombras de dúvidas, que o que senti e o que dizia era verdadeiro. Sempre estive tão empenhada em e dividir os sentimentos, em mentir e omitir que deixei de pensar no que realmente importava e no que não. Sei que te fiz juras. Fiz promessas de eternidade, de fidelidade e exclusividade e quebrei todas, era tão fácil. Eu falava de amor, mas entenda, falei desse mesmo amor pra outros. Muitas vezes com as mesmas frases prontas, porque pra mim realmente não fazia diferença de que ouvisse. Fui convincente porque é assim que são as palavras vazias. Não houve em mim esse sentimento de cuidado, preocupação, atenciosidade. O desejo que houve em mim foi simplesmente de ser acreditado, de convencer. Eu convenci. Aprendi a mascarar meus sentimentos. Não perca seu tempo comigo. Você nunca foi singularidade. Minhas ações e palavras eram passo a passo de uma cartilha que eu sigo a risca. E é a história de sempre:

“Faça com que ele acha que você é diferente das outras, mas nunca diga diretamente. Deixe a entender sem ser arrogante”. O que é peculiar encanta, fascina e te cega pra todo o resto.

“Seja presente. Esteja sempre ali ao alcance, seja prestativa, solicita”.

Eles gostam de acreditar que são tratados com uma atenção especial. São tolos e geralmente carentes de afeto, como quase todo ser humano.

“Nunca dê o primeiro passo na relação”. É de extrema importância se fazer indispensável. Necessário. Espero e deixe que ele venha a você. Mas, quando isso acontecer, não se mostre disponível logo de cara. A dificuldade atrai.

“Atenção total na primeira fase do relacionamento”. É quando se constroem, realmente, as bases de dependência dele para com você.

“Usar referências fixas, como músicas” associar algo a você pra se fazer presente mesmo não estando.

sábado, 23 de julho de 2011

(2)

E ainda ontem eu escrevia. Quase que automaticamente. A rotina salva pessoas perdidas. Perdidas em si, em seus pensamentos e sentimentos. Não mais se acorda, apenas abrem-se os olhos e se levanta. Olhar pela janela e já não mais se fazem planos. A pressa para que o dia se inicie, quanto mais rápido melhor. Quantos antes tem-se fim. É uma subtração e se pensa: “menos um dia”. Sei que estou no automático, quando chega noite que tomo consciência, o dia todo está na memória como um cinema mudo em preto e branco. O dia está frio, assim como minhas mãos. A noite há sereno que chega molhar a face. Estou deprimida e ninguém sabe, esse tempo me deixa assim. Ou não. Em volta da mesa mais seis rostos sorridentes. Será que todos estão tão bem quanto aparentam? Parecem despreocupados. Talvez o clima só tenha influencia sobre mim, que bom que aprendi mascarar minha tristeza, esconder minhas lágrimas. Maldito clima. E o filme continua em preto e branco. São tempos difíceis e você passa a ser coadjuvante em sua própria vida e agora ela está alheia a você. E de longe você observa e só deseja que o tempo passe, que o vento sopre e que volte logo. Que o tempo cure as feridas e acabe com a dor. Que o vento apague as pegadas, as escritas, as lembranças pra que possamos seguir novos caminhos, sem nos prender pelo que passou ou tentar voltar pelo caminho que deixe pra trás. Que voltemos a nos reconhecer frente a nossa imagem no espelho e nossas ações. Esse é nosso tempo reset, não nos prendemos a nada, não assumimos compromissos, não criamos expectativas. Continuamos nossas vidas, ligados no automático, porque mesmo que ai dentro esteja um caos, nada pode desmoronar. Metaforicamente falando, é como a ligação intima entre incêndio e floresta. Quando essa por algum motivo entra em colapso e renasce de cinzas. O que for forte, resistente, ‘concreto’, continuará em pé e vivo, o que não for cederá as chamas. Por enquanto, deixa queimar.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

(1)

Tem uma época em nossas vidas que tudo está um caos. Nada tem lugar certo. Em tempos como esse não conseguimos nos organizar porque não conseguimos definir valores, prioridades ou banalidades. Não importa qual motivo, não faz diferença se foi uma perda, se seu cachorro morreu, se ficou desempregado, se se divorciou ou estafa mental. Você só esta incapacitado. Capacidade de avaliação que só o tempo é capaz de te dar. Esquecendo o antes, que é o drama, quando se sofre e o depois, quando se supera. O que tem o agora, esse meio tempo obscuro entre o sofrer e o superar? Eu lhe diria. Mas, de fato, não há nada. Se a uma forma de viver no automático, essa é a resposta. Os dias em que pouquíssimas coisas são resultadas de escolhas. Eu passei o dia todo ocupada, não parei um minuto, eu me arrumei todo esse trabalho e responsabilidade propositalmente, desde as 8horas da manhã. São 5:31 da madrugada. E pensando no meu dia, não há nada que eu realmente me lembre. Se onde estive, sei com quem estive, sei como cheguei lá e é só. Ainda assim é a rotina que me guia. E o piloto automático está ligado. Por algumas vezes, esta tão cansado que deixa por algum tempo de viver, sentir, provar. Entenda, o viver está em espera, a vida continua lá, maçante, tediosa, rotineiras, mas que se foda, essa não pode parar. E não para. Quase 24horas acordada e não me lembro o que almocei. Qualquer momento de lucidez é sacrificoso. O melhor é se desligar. Os lapsos de consciência vão se tornando mais freqüente conforme a coisas se normalizam. Em uma manhã já se atrasa porque quis dormir 2horas a mais. Tudo tende a melhorar. O tempo te revonova e te prepara para próxima etapa.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Heroína.

Sempre tive, mesmo não aparentando, muitas certezas nos meus caminhos. Certeza do que seria bom, do que seria ruim. Não me enganava sobre o que podia ou não fazer. Sempre constante. A incerteza é jogo de azar excitante, porém, pode te deixar nu. E esse não é meu perfil pelo menos era no que eu acreditava, ser objetiva e racional era meu ideal. Dúvidas te fazem fraco e você fraqueja. Mas, eu pequei. E fui brincar com que não devia. E não vou negar eu me sentia viva, estava fascinada, embriagada, embebedada, inebriada, atordoada. Fiquei alucinada, viciada, entorpecida. Nunca nada havia saído tanto dos caminhos tracei. E eu não me importava. Como uma dependência química eu fiz de tudo pra manter meu vicio. Fiz coisas horríveis que até eu mesma duvidei que faria. E agora, relembrando, parece lembrança de um filme sujo, imoral, conspiratório rodando naquele fundo branco e é como se eu nunca tivesse feito parte dele, sou uma simples espectadora. Coisas das quais não me orgulho, na verdade abomino. E sempre condenei quem se portava da forma que me portei. E agora sobre minha cabeça não há nada mais que uma fina camada espelhada. Roubei vidas, vendi minha alma, prostitui minhas virtudes, matei sentimentos. Se eles soubessem quem sou nunca mais me olhariam nos olhos. Se soubesse o que eu fiz, jamais me perdoariam. E não me perdôo. Eu não me olho no espelho. Tenho vergonha. E hoje, quem sabe só por hoje, eu não quero delegar essa culpa pra ninguém. Porque no fim não importa. Não importa que me enganaram, não importa que zombaram, que me atirassem pedras, não importa se mentiu, não importa que não cumpriram as promessas. No fim, sou eu contra eu mesma, lutando ou só sucumbindo. Fiz isso comigo. Só eu. Achei atraente não saber o fim e só pode torcer pra dar tudo certo, pra ficar tudo bem. Excitante era ser instável/volúvel. Estar sempre no limite. E foi bom, assim como toda droga, no inicio é ótimo e você faz de tudo pra uma próxima dose. Já não sei onde e quando me perdi. Só a sensação de que faz muito tempo vigora. Você só acorda um dia, na sarjeta, debaixo de chuva, sozinha, mendigando um dólar. E aquela já não é mais você. O que era doce se torna amargo. O que te dava sensação de prazer é insuportavelmente doloroso. E se lá dentro ainda houver um tico de amor por quem um dia você foi saiba; é ai que busca pelo que se perdeu tem inicio. E não se engane é a pior parte. Saber que precisa deixar ir o que um dia mais desejou na vida, aquilo que em um momento de delírio você jurou amar mais que a si mesmo. Pra quem não sente ou mesmo nunca sentiu é fácil dizer: Esquece isso. Mas, eu sei que não é assim, talvez você saiba também. A luta é constante e a impressão que será eterna. A abstinência é cruel. Fica imperceptível durante o dia, entre os amigos, em um copo de chopp, na companhia de outro... e quando você para, um minuto eu seja, ela te atropela. E não te como, eu já tentei, você não pensar nas coisas que pareciam boas e que agora são uma droga. Aquela angustia que seu vicio adiou por todo tempo que o consumia vem com tudo e te joga no chão, te da uma bela surra. E tudo isso em apenas um minuto. Desespero vai bater, você vai chorar como uma criança, vai jurar pra quem quiser ouvir que está morrendo. Que dessa crise você não passa, que não agüenta mais. Besteira! Acorda com rosto inchado, ressaca moral, talvez até tenha tentado consumir do seu ópio, mas por algum motivo não consegui, e nessa hora você levanta as mãos pro céu e agradece, se essa for sua crença, agradece aquele filho da puta que de alguma forma de ajudou. E pensa: “Hoje não é mais um dia sem você. Mas sim menos um dia com você.”

Quando as etapas da sua vida começam de forma errada, não seja imbecil, não acredite que por milagre divino elas se acertaram no meio do percurso, pois não vão. Você se fode do inicio ao fim. A única diferença que no inicio você está dopado e no fim é só sua cara que está pressionada contra o muro. E quer saber? Se falhar um dia, não importa nada está perdido, continue de onde parou.

Não sou dependente químico, literalmente falando, se é isso que pensou.

domingo, 17 de julho de 2011

2Horas de um domingo

Você pode curtir ser quem você é, do jeito que você for, ou viver infeliz por não ser quem você gostaria.

Você pode assumir sua individualidade, ou reprimir seus talentos e sonhos, tentando ser o que os outros gostariam que você fosse.

Você pode produzir-se e ir se divertir, brincar, cantar e dançar, ou dizer em tom amargo que já passou da idade ou que essas coisas são fúteis, não sérias e bem situadas como você.

Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para as outras pessoas, ou com aquele olhar de censura, que poda, pune, fere e mata, sem nenhuma consideração para com os desejos, limites e dificuldades de cada um, inclusive os seus.

Você pode amar e deixar-se amar de maneira incondicional, ou ficar se lamentando pela falta de gente à sua volta.

Você pode ouvir o seu coração e viver apaixonadamente ou agir de acordo com o figurino da cabeça, tentando analisar e explicar a vida antes de vivê-la.

Você pode deixá-la como está para ver como é que fica ou com paciência e trabalho conseguir realizar as mudanças necessárias na sua vida e no mundo à sua volta.

Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos ou partir para a ação com o pouco que tem e muita vontade de ganhar.

Você pode amaldiçoar sua sorte, ou encarar a situação como uma grande oportunidade de crescimento que a Vida lhe oferece.

Você pode mentir para si mesmo, achando desculpas e culpados para todas as suas insatisfações, ou encarar a verdade de que, no fim das contas, sempre você é quem decide o tipo de vida que quer levar.

Você pode escolher o seu destino e, através de ações concretas, caminhar firme em direção a ele, com marchas e contramarchas, avanços e retrocessos, ou continuar acreditando que ele já estava escrito nas estrelas e nada mais lhe resta a fazer senão sofrer.

Você pode viver o presente que a Vida lhe dá, ou ficar preso a um passado que já acabou – e portanto não há mais nada a fazer – ou a um futuro que ainda não veio – e que portanto não lhe permite fazer nada.

Você pode ficar numa boa, desfrutando o máximo de coisas que você é e possui, ou se acabar de tanta ansiedade e desgosto por não ser ou não possuir tudo o que você gostaria.

Você pode engajar-se no mundo, melhorando a si próprio e, por conseqüência, melhorando tudo que está à sua volta, ou esperar que o mundo melhore para que então você possa melhorar.

Você pode continuar escravo da preguiça, ou comprometer-se com você mesmo e tomar atitudes necessárias para concretizar o seu Plano de Vida.

Você pode aprender o que ainda não sabe, ou fingir que já sabe tudo e não precisa aprender nada mais.

Você pode ser feliz com a vida como ela é, ou passar todo o seu tempo se lamentando pelo que ela não é.

A escolha é sua.

Martha Medeiros


Caminhando por entre a multidão... lá vai ela, a passos curtos, compassados, tímidos... sem pressa de chegar. Pensamento distante, em outro dia, hora e lugar. Relembrando diálogos, torpedos.
“- Só queria saber se está tudo bem, acho que no outro dia bebemos além do que devíamos”
“- Eu estou bem. Nem bebi tanto. Meu pecado foi estômago vazio”
“- Podemos comer antes da próxima vez”.
Não podemos?”
“- Da próxima?”
“- Sim, pensei que sim. Você não?”
“- Talvez. risos”
“- Parece que não.”
“- Não tenho certeza.”
“- Quer emprestado?”
“- O que?”
“- Certeza.”
“- Beber menos e aproveitar mais?”
“- Certeza. Domingo?”
“- Só se for lá pelas 18h. Tudo bem?”
“- Fechado. Vai esta ocupada o domingo todo?”
“- Provavelmente. Dormi até tarde, depois pensar, escrever, avaliar.”
“- Você pensa demais.”
“- E o que é que tem? Não há nada de errado nisso.”
“- Só tenta fazer diferente.”
“- Vou tentar, mas não prometo nada. Risos
Tenho que ir.”
“- Sinta-se abraçada”
E debaixo daquela arvore frondosa ela se sentiu mais abraçada do que nunca.

Adaptação

"Sumi porque só faço besteira em sua presença, me calo quando deveria verbalizar.Digo e faço um absurdo atrás do outro não sei mais quando parar. Preciso silenciar. Faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois de te encontrar. Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar. Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência."

- Martha Medeiros


83mm

Acendo um cigarro.

É o tempo que preciso. Sinceramente, qual a necessidade de sinceridade? Poupe-me. Não preciso. Geralmente antecede a dor. Porta voz do egoísmo. Fria. Bandeira dos hipócritas. Passivos de erros, inúmeros, mentimos/omitimos pra proteger, pra apaziguar, pra fazer feliz. De mentiras bobas como: “Seu cabelo está lindo” até “Sempre foi sincero com você”. E acreditamos nisso. Não é julgamento de terceiros, e sim uma auto avaliação: “Quantas vezes você mentiu hoje?” Não diga. Não quero que minta de novamente. “MENTIRAS SINCERAS ME INTERESSAM”. Mas, pra tudo tem um limite. Acabou.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Individualidade

NÃO...

Porque todo texto com informações que não deveriam ser ditas deve começar com uma negativa enfática. Por que continuo escrevendo? Eu não sei. Talvez por ainda doa demais e não me sinto a vontade de dizer isso pra mais ninguém a não ser a mim mesma. Só as lágrimas não aliviam mais. Só fingir já não é o suficiente. Dói como nunca doeu e me esmaga e me sufoca. Eu desisti. Mas, isso não significou extirpar o sentimento. Não pude. Era algo que já não estava ao meu alcance se é que algum dia esteve. E mais uma vez abuso da privacidade de meu quarto e escrevo. Ainda não aprendi outro jeito de aliviar a pressão senão nessas linhas mal feitas, confusas, perdidas assim como todo o resto. Ignoro a impessoalidade. Como não ser pessoal em meus textos, como não usar mil “eu’s e meu’s”, se o que sinto é tão intimo, só meu, é só meu que parece eterno e constante? É difícil não ser pessoal quando tudo tão visceral e vem rasgando de dentro pra fora. Não há nada que possa dizer pra me acalmar. Está tudo fora do controle aqui dentro, e por quê? Não sei ou só não quero dizer. Não tenho pra onde ir se tudo de que se quer fugir estão sempre ao seu redor? Será que sou o suficiente forte pra isso? Pois, agora, não me sinto. Ninguém realmente sabe de sua força até ser forçada a usá-la. Mas, me recuso. Não agora, não hoje ou amanhã. Um dia desse eu me provo. Não espere de mim compaixão quando eu me levantar.