sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Outubro de Primavera

Já é final de setembro. Já é final, e eu não vi a primavera chegar. Verdade que ando perdida em mim, no tempo e nos lugares. Só não vou admitir.... Tudo bem, eu admito. Ainda me perco nos caminhos. Toda estrada parece a certa quando não se sabe aonde quer chegar. Eu não sei, mas eu vou chegar, de um jeito ou de outro. Aos trancos, empurrada pela vida, pela vontade de viver, pela necessidade de sobreviver. Aos barrancos, porque vez ou outra eu caiu. Tombo feio. Eu estou indo, você sabe que estou. Só não sabe como e nem precisa saber. Talves precise: Eu ando assim, cercada todo tempo. Super articulada, expressiva, expansiva. Falo a todo momento, evito descaradamente o silêncio. Sempre com a mãos ocupadas, sempre arrumando a bagunça, sempre tentando arrumar a bagunça. A cabeça sempre a mil. Correndo para encontrar soluções dos problemas de livros. Forçando-a se lembrar de tantas tarefas, rezando pra esquecer tantas outras coisas. Você me entende? Quando nada mais me ocupa eu durmo. Tenho dormido muito, mesmo que de olhos abertos.
Eu paro, me concentro e imagino uma sala, sem janelas, sem portas, sem quinas, teto ou móveis. Completamente branco. Desligo-me. E tudo isso para não ouvir os pensamentos. Tenho tentando ignorá-los e já fazem meses. A cada dia fica mais fácil de um modo difícil. Mas, não é raro eu paro e penso, os ouço. Nunca dizem nada de motivador. São nostálgicos, de um jeito maléfico. Dizem bobagens. Você entende, não? Acho que não. E é como eu disse, momentos menos frequentes, mas ainda presente. E se um dia me encontrar por aê, fique à vontade em perguntar se eu estou bem, vou lhe ser sincera como poucas vezes fui. "Eu estou muito bem". E da primavera... só se sabe que está ai. Florescendo em qualquer outro jardim. Quem sabe, pra mim, outubro seja mais colorido.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A Bela e o Burro


Ontem depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre.

Mas, pela primeira vez, triste por você. Fico me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como você, um homem de 32 anos, planejar ir a uma matinê brega com gente sem assunto no próximo domingo e, ainda assim, não deixar de olhar pra você e ver um homem maravilhoso.

Que outra mulher te veria além da sua casca? Você não entende que eu baixei a música do “Midnight Cowboy” e umas boas do Talking Heads, Vinícius de Morais e do Smiths porque achei divertido te fazer uma massa ouvindo algumas músicas que dão vontade de viver. Uma massa que você não vai comer porque está perdendo o paladar para o que a vida tem de verdadeiro e bom. É tanta comida estragada, plastificada e sem sal, que você está perdendo o paladar para mulheres como eu. E você não sabe como vale a pena gostar de alguém e acordar na casa dessa pessoa e tomar suco de manga lendo notícias malucas no jornal como o cara que acha que é vampiro. Tudo sem vírgula mesmo e, nem por isso, desequilibrado ou antes da hora.

Você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias. Ou sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirme que o seu dia valerá a pena. Ou com alguma garotinha boba que vai namorar sua casca. A casca que você também odeia e usa justamente para testar as pessoas “quem gostar de mim não serve pra mim”.
E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dá muitas risadas juntos. A gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. A gente acha que o mundo está maluco e sonha com a praia do Espelho e com sonos jamais despertados antes do meio-dia. A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida.

E você me olha com essa carinha banal de “me espera só mais um pouquinho”. Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta.
Volta porque pode até ter uma coxa mais dura. Pode até ter uma conta bancária mais recheada. Pode até ter alguma descolada que te deixe instigado. Mas não tem nenhuma melhor do que eu. Não tem.

Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo. E eu passei os últimos anos escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. Mas chega disso.

Caiu finalmente a minha ficha do quanto você é, tão e somente, um cara burro. E do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procura. E do quanto a sua felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim. Sabe o quê? Eu vou para a cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. E eu malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto.
Bastante assunto.

Eu não faço desfile de moda todos os segundos do meu dia porque me acho bonita sem precisar de chapinha, salto alto e peito de pomba.
Eu tenho pena das mulheres que correm o tempo todo atrás de se tornarem a melhor fruta de uma feira. Pra depois serem apalpadas e terem seus bagaços cuspidos.

Também sou convidada para essas festinhas com gente “wanna be” que você adora. Mas eu já sou alguém e não preciso mais querer ser. E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado.


Por: Tati Bernadi

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Maria Gadú - Encontro

Eu tinha me esquecido como as canções de Gadú mexem comigo. Na verdade eu passei um bom tempo sem ouvir qualquer um dos seus versos. Mas essa semana, em uma escolha aleatória do meu player, eis que ela surgi. Senti calafrios. Não sei como algumas canções dela sobreviveram a minha fúria(risos). Mas, estão aqui e essas não quero deletar.

[Encontro/Altar Particular/Linda Rosa]

Beijos Gadú.


domingo, 11 de setembro de 2011

Manhãs de domingo



Eu não disse que iria? Então, eu fui. Mas nunca senti tanta vontade de voltar atrás.De chegar e te acorda com um beijo. Dizer que mesmo indo eu quis ficar e dormir junto.De acorda do lado. Eu acredito sim, eu tenho fé em você. Apostaria todas as fichas, desejos, abraços, beijos e cafés da manhã. Aceito. Aceito dormi do lado errado da cama, já que o outro é seu favorito. Quando a gente ama, faz renuncias. Aceito seu beijo matinal sem escovar os dentes, pois é gostoso saber que minha boca a primeira necessidade do seu dia. Aceito dizer que sua torrada está ótima, mesmo que queima. Porque amar também pode significar omitir. Aceito seu copo de leite com 2 colheres de açúcar, mesmo quando estou de dieta. Afinal amar é sair de toda e qualquer rotina. Eu vou dizer que sua camiseta está ótima, mas só porque eu sei que não está com nenhuma vontade de desamassa-la. E dessas bobagens meiguinhas que mais sinto falta.Dessa disputas de sim e não. É tão ruim acordar com cama vazia. E tão mais ruim acordar com o vazio de sua presença. É tão triste não dividir banheiro, espelho e chuveiro. Não dividir as manhãs corridas. Não curtir a saudade antecipada, seladas com um longo beijo de despida.Eu vim, mesmo querendo ficar. E quando me ligar vou fingir não estar arrependia. E não ligo que saiba que estou mentindo. Você sabe que muitas vezes digo que não, quando quero dizer sim. E você sabe lhe tão bem com essa irregularidade.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mulher, bicho burro.

Ôh criatura, por que você aceita? Por que você perdoa? Por que você continua?
Não necessariamente nessa ordem.
De coração valente, porém doce, essa mulher assim como quase todas, é sentimental. Extremamente passional em suas ações e reações também. Boba!
Quando ama, se completa, se encontra, se descobre. Quando ama não se prepara pra perder, não cogita mudanças, não espera o inesperado. Quer constância, mesmo que inconstância lhe defina muito bem. Se equilibra em cima de salto, caminha apressada por entre os buracos da calçada, quase sem tempo, porém não se atrasa. Ela que perde o rebolado por amor, tropeça uma, duas, três vezes. Perde a hora, perde a noção e o coração.
Cética quando as coisas da vida, surpreendentemente crédula quanto ao que sente.
Tão crédula que fecha olhos pra obviedades que a cerca. Quem lhe seduz o coração, os olhos, os ouvidos a faz cega, surda e muitas vezes muda. Maledicente desse amor, que mesmo ruim lhe parece tão bom. Que engana e distrai. E diante das besteiras ouvidas só consegue promunciar um expressivo: "sei". Essa mulher linda, de olhar terno e cativante, que segura as pontas e se desdobra, contorce pra se manter em pé. Que mesmo sabendo que não deve acredita e perdoa. Mesmo cansada é persistente, determinada e persuadida pelo o que sente de dispoem a continuar e aceita.
Pensando bem, não é questão de inteligência continuar tentando, mas é questão de burrice continuar no que nunca começou. Essa mulher demora, mas uma hora acorda e quando ela for, não tem volta.

Amar é Punk




Por: Fernanda Mello

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Vontade de você

Você, rapaz, despertou em mim uma vontade que não sentia há tempos
Vontade de olhar nos olhos...
Vontade de ficar bem...
Vontade de estar junto...
Vontade de boca e braços...
Vontade de beijos e corpo...
Vontade de ouvir e saber se tá tudo bem...
Vontade de sorrir...
Vontade de ouvir músicas românticas...
Vontade de ler poemas de amor...
Vontade de tentar de novo...
Vontade de idealizar e realizar...
Essas vontades bobas e que nem notamos até não ter mais motivos pra te-las.
Vontades que eu sinto porque você está aqui.
Vontades, sabe?